Notícias

Polícia Civil volta a registrar roubos violentos em boletins online e outros 12 crimes são incluídos na Delegacia Virtual

Atualização do sistema foi anunciada cinco meses depois que a Secretaria de Defesa Social suspendeu os registros de assaltos pela internet.
  • Categoria: Geral
  • Publicação: 01/11/2023 08:21
  • Autor: G1 PE

Cinco meses depois de suspender o registro de roubos violentos nos boletins online, a Secretaria de Defesa Social (SDS) anunciou nesta terça-feira (31) que a Polícia Civil vai voltar a registrar esses crimes pela internet (veja vídeo acima). Além disso, outros 12 delitos que não faziam parte do serviço serão incluídos na Delegacia Virtual.

  • Roubo (crime também conhecido popularmente como assalto);
  • Roubo a motoneta/ciclomotor de até 50 cilindradas;
  • Roubo a transeunte;
  • Roubo com restrição de liberdade da vítima;
  • Roubo em estabelecimento comercial ou de serviços;
  • Roubo em residência;
  • Saída de banco.

Em entrevista coletiva nesta terça (31), o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, disse que o governo havia decidido retirar esses crimes dos registros online, em maio, porque muita gente não especificava as informações necessárias para a investigação dos casos.

"Na última etapa [do boletim online], tinha somente 'histórico', dois-pontos e o campo. Nesse 'histórico', tinha pessoas que colocavam os dados mínimos - quando ocorreu, de que horas, em que local, como se deu... Outras, simplesmente, colocavam: 'Fui roubado'. Então, você não tinha as informações mínimas para poder apurar ou replanejar o policiamento naquela região", afirmou.

Ainda segundo o secretário, o número de notificações caiu, em média, de 20% a 30% depois que os registros deixaram de ser feitos virtualmente.

"Nós creditamos isso à restrição de fazer o registro pela internet. E o cidadão, após sofrer o constrangimento de ser roubado, deixou de ir até a delegacia. Com o retorno, teremos novamente uma visão real do que está ocorrendo", declarou.


Novos campos

De acordo com o secretário Alessandro Carvalho, além de retomar os boletins de roubos, foram criados novos campos obrigatórios no formulário do serviço virtual para todos os casos registrados. Entre eles, há espaços para a pessoa informar se tem testemunhas e se possui imagens ou vídeos do crime.

O novo formulário tem também uma pergunta de satisfação no final e se a pessoa deseja apenas o registro da ocorrência, ou quer a polícia dê prosseguimento à investigação.

Segundo o secretário, essas questões são para os casos de quem perdeu um documento e quer apenas registrar o fato, para se resguardar em caso de acontecer uma fraude e também tirar a segunda via.


"Se ela [a pessoa] disser que não quer prosseguir [com a investigação], isso vai ser avaliado pela equipe de validação do registro. Ela pode dizer que não quer, mas, quando nós formos ler e validar, o policial pode perceber que, mesmo tendo colocado que não quer, é necessário prosseguir com a intimação e a inquirição para prosseguir na investigação. É um primeiro filtro, mas não é ele quem dá a última palavra. É a polícia", acrescentou.

Novos crimes incluídos

Além disso, outros 12 crimes serão incluídos na lista de delitos que podem ser registrados de forma online. A maioria deles referente a casos que têm como vítimas pessoas idosas, que, segundo a SDS, costumam ter mais dificuldade para ter acesso às delegacias:

  • Apropriação de bens/rendimentos de pessoa idosa;
  • Assédio sexual;
  • Coação de idoso a doar, contratar, testar, outorgar procuração;
  • Constrangimento ilegal por violência doméstica/familiar;
  • Crimes contra o sentimento religioso e respeito aos mortos;
  • Deixar de entregar nota fiscal;
  • Omissão de assistência à pessoa idosa;
  • Perturbação do sossego/tranquilidade pública;
  • Perturbação do sossego por violência doméstica/familiar;
  • Retenção de documento de pessoa idosa.

"Nesse primeiro momento, nós ampliamos com foco na pessoa idosa e novas análises vão ser feitas para que outras ampliações sejam realizadas", disse o secretário Alessandro Carvalho.